A extinção dos CDs pelo Spotify

Wellington de Souza Moreira

Desde a era dos discos, tem se desenvolvido um conjunto de sensações ao ouvir música. A música tem sido um símbolo de prazer. O palpar do disco, o cheiro dele, e até o ato de assistí-lo rodando causam uma sensação agradável. O mesmo aconteceu com as seus sucessoras, as fitas e os CDs.

Com o desenvolvimento tecnológico e a entrada brusca da sociedade na era digital, as “sensações musicais” tornaram-se um benefício para poucos. Agora, músicas concretas, ou que podemos pegar na mão, se transformaram em velharias, e o jeito mesmo é assinar o Spotify. Difícil é se acostumar com isso, principalmente para aqueles que mantinham o hábito dos discos, CDs ou até fitas.

Por outro lado, os benefícios do aplicativo de streaming Spotify vão além de sensações e lembranças. Com o app baixado, fica ao nosso alcance uma imensidão de possibilidades musicais, inclusive álbuns completos de bandas “do tempo do disco”. Com as novas funcionalidades, a praticidade fala mais alto, e principalmente os benefícios financeiros.

Além das músicas aleatórias no Spotify, também há a possibilidade de ouvir diversas estações de rádio, e até fazer a sua própria programação. Claro que, assim como nos antigos meios de ouvir música, tudo isso é relativo a um valor em dinheiro. Considera-se, porém, significativamente menor o valor cobrado pelo Spotify, em comparação com o valor que se gastava em discos.

Para os mais moderninhos, há também a opção de ouvir (e enviar) podcasts, shows completos, vídeos e muito mais. Distintas gerações sofrem com a mudança, não se adaptando aos meios digitais e atendo-se ao conhecido, o old but gold. Para eles, ainda são essenciais as sensações e o ato de pegar uma música na mão, mesmo que um smartphone, por exemplo, também seja palpável.

Enquanto isso, o Spotify vem buscando cada vez mais confiança nas suas listas. Dentre elas, as “novidades da semana”, “radar de novidades”, lançamentos, novos álbuns e singles, e até seleções por país. Á parte de tudo isso, as “descobertas da semana” e os “top”s. Esses, por sua vez, chegam à mídia com a mesma credibilidade da Billboard.

Há quem diga que o Spotify tenha afundado as carreiras de artistas que se mantinham financeiramente com a venda de discos. É preciso, porém, saber aproveitar as oportunidades, e acompanhar as gerações conforme elas nos ultrapassam. Assim, artistas têm a possibilidade de comercializar seu conteúdo via Spotify, e continuar lucrando como sempre.